sábado, 30 de abril de 2016

poesia necessária.

Eu não escrevo porque sou cego.
As palavras são outras, e faço poesia no escuro.

Eu não interrompo porque sou mudo.
Incapaz de colocar uma vírgula entre você e o vocativo.

Sem tato – em carne viva.
Sem/Seu olfato – impregnado.
Seu gosto – amargo.

E você sempre sendo nuvem passageira,
e o corpo óbito dissecado com o laudo:

amou demais.

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